São Paulo.
Doze horas antes.
Ele passava entre os carros tão rápido que pareciam parados. Não era uma moto qualquer e todos viravam a cabeça quando viam uma Ducati 848 vermelha passando tão rápido que poucos reconheciam o modelo da moto. Ele cruzava as avenidas e passava pelas ruas como se não houvesse carros, motos ou pessoas, e em menos de 10 minutos ele entrou pela portaria do condomínio de altíssimo padrão, no bairro do Morumbi, em que vivia desde que nasceu, reduziu e parou a moto em uma garagem que parecia um sonho de qualquer mortal, e que ele havia conquistado com apenas 19 anos. Um Chevrolet Camaro 2010, um Volkswagen Jetta 2009, um Puma gtb 1975, e uma Harley Davidson sportster 2011, parou a Ducati e fechou a garagem sem olhar para fora. Subiu as escadas que davam para uma sala enorme que ele se orgulhava de ter mobiliado, era moderna em alguns moveis e quadros clássicos nas paredes, para ele a mistura perfeita. Entrou no escritório com poucos moveis e muito espaço, era uma sala grande com moveis negros e modernos, uma televisão de 50 polegadas na parede em frente a mesa onde haviam 3 telas de computador e todo tipo de aparelhos eletrônicos conectados a um servidor que não havia sido desligado desde a instalação, ele se sentou, movimentou o mouse e as telas se acenderam instantaneamente, uma das telas mostrava as cotações de ações em todas as bolsas de valores do mundo, na outra tela sua vida social agitada em vários perfis de redes sociais mais usadas pelos adolescentes, janelas de bate papo piscavam e chamavam sem parar. Na terceira tela – a mais utilizada – seu instrumento de trabalho, ele então começou a digitar códigos e algoritmos e o computador parecia falar com ele, pedindo mais códigos e cada vez mais letras e números iam surgindo na tela, digitava rapidamente tamanho era seu conhecimento e habilidade com o computador, os olhos fixos na tela, digitando sem olhar para o teclado ele pensou – esses sistemas de segurança, estão cada vez mais fáceis, ou eu estou cada vez melhor – e ele sorriu sozinho ao conseguir invadir mais um sistema de segurança e roubar mais alguns dólares de algum milionário que ele nunca viu e provavelmente nunca verá.
Era assim que ele ganhava a vida, de dentro da sua casa ele invadia contas bancarias quase sempre de quem tinha tanto dinheiro que provavelmente não perceberia a falta de alguns dólares em suas contas. Tudo começou como lazer, Fred como era chamado pelos amigos e conhecidos nas redes sociais aos 15 anos conheceu a informática e se apaixonou pelos computadores, primeiro pelos jogos, depois por programação e aos 17 anos já dominava tudo que se podia saber sobre criação e desenvolvimento de softwares e sites que se podia saber. Recusou investida de varias empresas de desenvolvimento de sistemas por achar desprezível cobrar por programas de deviam ser de domínio publico.
***** 02 *****
Hoje com 19 anos Frederico Botelho Neto, é um hacker respeitado no underground da internet e um programador requisitado no mundo das empresas de tecnologia mais respeitada do Brasil. Uma vida social agitada, entre festas e boates, quase todas as noites Fred passava a noite com uma mulher diferente e naquela noite não tinha sido diferente. Levantou cedo pois era o melhor horário para invadir as contas dos milionários da Suíça em uma quinta-feira, eram 9:20 da manha quando terminou seu saque diário e se levantou da sua mesa de trabalho para tomar um café da manha, passou pela sala e foi em direção a cozinha quando o celular tocou em seu bolso, ele pegou e viu no visor que era Paulo seu amigo.
- Alô? – disse Fred.
- Fala Fred. – gritou Paulo – como foi a noite com a Carla?
- Melhor impossível, ela é maravilhosa
- E ai? O que vai fazer agora?
- Tomar café e pegar uma piscina
- Então vou passar ai pra pegar uma piscina também – falou Paulo e desligou.
Fred foi ate a cozinha e preparou um café da manha e se sentou para assistir televisão, adormeceu e sonhou um sonho perturbador.
- correeee Fred. – gritou uma voz feminina.
Ele olhou para seu lado esquerdo, mas a mulher já estava correndo, e ele só conseguiu ver os cabelos dela balançando enquanto ela disparava para um beco escuro. Ele olhou para trás e viu dois carros pretos entrando na rua, olhou para esquerda e a mulher já sumira no beco escuro, começou a correr por um beco a direita a sua única opção já que a rua terminava a sua frente, correu uns 20 metros e viu uma moto entrando pela outra ponta do beco uns 100 metros a sua frente, ele parou desesperado e conseguiu enxergar um segundo beco ainda mais estreito a sua esquerda,ele entrou e pensou que ele não reconhecia nada nem ninguém e estava se perguntando o por que de estar sendo perseguido, o que queriam dele? Quem eram aquelas pessoas? Que lugar era aquele? E quem era a mulher misteriosa? Ele então entrou no beco e se escondeu na soleira de uma porta no começo do beco e quando a moto entrou acelerada no beco ele esticou o braço que bateu no peito do motoqueiro tão forte que ele foi arremessado da moto para traz, deu uma volta no ar e caiu no chão. A moto andou uns 2 metros e escorregou pelo chão, ele correu em direção a moto, mas quando a levantava ele ouviu um barulho de tiro...
***** 03 *****
Fred acordou assustado com o barulho da campainha, ele passou a mão no rosto e reparou que estava todo suado, a campainha tocava insistentemente, ele olhou para o relógio em cima da televisão que marcava 11:10 ele se levantou e enxugou o rosto na camisa e foi ate a porta. Abriu a porta e era o Paulo.
- Nossa to aqui a quase 5 minutos – falou Paulo.
- Foi mau, peguei no sono.
- Pegou no sono e perdeu a gata que entrou na casa do lado.
- Que gata?...
***** 04 *****